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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A MALÍCIA DOS CAMPEÕES

Joaquim Agostinho e Eddy Merck, duas lendas do ciclismo mundial

Navegando no mundo virtual, utilizando esta maravilhosa ferramenta chamada de "Google", eis que dou comigo na Junta de Freguesia de Silveira, Torres Vedras, terra onde nasceu o Grande Joaquim Agostinho. E encontro esta maravilhosa e histórica fotografia. Nem mais nem menos que o nosso Agostinho a possar junto do lendário, quiça o melhor ciclista de todos os tempos, Eddy Merckx.

Em comparação com o palmarés de Merckx, que ganhou tudo o que havia para ganhar (5 Voltas a França, 5 Voltas a Itália, 3 vezes campeão do mundo...), o nosso Joaquim, tem um palmarés, se bem que enorme, bem mais modesto. O apetite voraz de Merckx pela vitória valeu-lhe o apelido de "O Canibal", tal era a sede de ganhar. Chegou a anular fugas em "cima" da meta, a crueldade suprema !
Vem isto a propósito, de certa vez ter lido a transcrição de uma reportagem escrita por Carlos Miranda, de A Bola, em 1968 (ano de estreia de Agostinho no ciclismo profissional e na Volta a Portugal), em que dizia que Agostinho não venceu a Volta desse ano, por obediência ao Chefe-de-Fila, Leonel Miranda. Resultado, por peripécias várias, nem um nem outro a venceu (a vitória foi para Américo Silva, do Benfica). Escreveu então o jornalista : "Simples, para Agostinho, andar de bicicleta é como beber um copo de água, por vezes, engasga. Aconteceu-lhe. Várias vezes caiu da máquina. É a natureza posta a pedalar. Natureza com força. Todo no género do Roque. E mais novo. Embora tenha apregoado sempre a sua inexperiência, lá no íntimo, ninguém tenha dúvidas, pensava que ganhava a Volta. Falava-se que não atacava por causa do Leonel. Mas depois, em segundo lugar, sem Leonel, também não atacou. O que prova que, por enquanto, só tem força. Que lhe falta apenas a "malícia dos campeões..."
Talvez Agostinho nunca a tenha adquirido. A bondade humana que Agostinho demonstrou em ocasiões em que teve a oportunidade de atacar, quando os seus adversários se encontravam em dificuldades, por achar desonesto, talvez explique a diferença de palmarés para Merckx...
Nota : A reportagem de Carlos Miranda, mencionada no texto, foi extraída do livro Joaquim Agostinho Uma Lenda do Centenário, Edição A Bola.

1 comentário:

Anónimo disse...

Amigo Mário quanto a Agostinho não é preciso palavras e está tudo dito na homenagem que lhe prestei no meu blog.
Acrescento somente : este é concerteza um homem do Oeste, pela sua bravura,galhardia,fibra e sobretudo pela sua enorme coragem.
Joaquim Agostinho estará para sempre nos nossos corações.
Saudações Leoninas.