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segunda-feira, 3 de março de 2008

"TRADIÇÕES" VERGONHOSAS

Alertado para isso, abordo o Tema da "Tourada do Sporting" !?
A 31 de Agosto de 2006, O Sporting Clube de Portugal, através de responsáveis seus, organizou uma "Corrida de Touros" (*) no Campo Pequeno, acontecimento ainda dentro das comemorações do Centenário do Clube.
Não satisfeitos, organizaram, no ano seguinte, a 30 de Agosto de 2007, uma nova Corrida de Touros, comemorativa do 101º aniversário do Sporting.
Como é possível que o Clube se associe a uma coisa destas !?
Isto é para mim, uma das coisas mais ignóbeis e despropositadas, que este Clube já alguma vez fez. E eu, como adepto do Sporting, não me revejo, absolutamente, numa infeliz iniciativa destas.
Não me venham sequer com falsos argumentos de que a tourada tem como propósito a preservação da espécie. O touro pediu alguma vez para ser "preservado" com uns ferros no lombo ?
"Arte do Toureio"... ! Arte ? Acaso, os defensores desta barbaridade sobrevivente dos coliseus romanos, saberão o significado desta palavra ?
Em nome das "tradições", cometem-se as maiores violências por esse mundo fora a pessoas e animais - mutilam-se genitais femininos ; esfolam-se animais, ainda vivos, para se fazerem casacos de pele ; apedreja-se pessoas até à morte ; espeta-se farpas no dorso de um animal para contentamento sádico de "gente"... ; etc, etc.
O que não falta são exemplos das ditas "tradições" !
Por todas e mais algumas razões, sou contra as touradas. Ponto final.
Só espero que certos "notáveis", "nobres" e "gente" ligada à tourada, não conspurquem mais o nome do Sporting, associando-o a esta vergonha. BASTA !


(*) - Usei aspas porque não consigo entender o conceito "corrida" ?! Chamar-lhe-ia antes, "O

Massacre" !
Nota - Defendo o ecletismo das modalidades no Sporting ; dele não faz parte a tourada !
Temos por símbolo um leão, não um touro (ensanguentado)

Sendo o meu blogue dedicado às modalidades e ao futebol, não acho despropositado alertar as pessoas para esta realidade. Mais ainda, quando o nome do Sporting é vilmente associado a esta barbaridade.
Antes dos clubismos, estão a dignidade humana e animal
Como tal, transcrevo aqui uma exposição do que é a tourada, feita pela associação ANIMAL :

TOURADAS
A tortura e sofrimento
Sempre justificadas como tradição, as corridas de touros – vulgarmente conhecidas como touradas – são, na verdade, um dos costumes mais bárbaros de um sector minoritário e ultrapassado da sociedade portuguesa. Por trás da suposta bravura dos cavaleiros tauromáquicos, dos bandarilheiros, dos forcados e dos demais intervenientes neste espectáculo medieval e degradante, esconde-se uma triste e horrível realidade – a perseguição, molestação e violentação de touros e cavalos que, aterrorizados e diminuídos nas suas capacidades físicas, são forçados a participar num espectáculo de sangue em que a arte é a violência e a tortura é a cultura.

Repare na "estética" do desenho do sangue no chão...

Onde o sofrimento começa
O sofrimento dos animais começa quando os touros – principais vítimas desta actividade (além dos cavalos e das vacas, assim como dos novilhos, quando são usados ainda enquanto bebés e jovens) –, depois de terem já perdido cerca de 10% do seu peso na viagem da ganadaria (onde são criados e onde estão habituados a uma vida tranquila) para a praça de touros, devido ao stress, são mantidos nos curros até à hora de entrarem na arena, onde a angústia e o medo são crescentes. Junta-se a isto o sofrimento físico, que aqui começa, não só porque os animais são conduzidos com aguilhões e à paulada, mas também porque, entre outros métodos de preparação, são-lhes serrados os chifres a sangue frio para serem embolados (nas touradas portuguesas, os touros não têm sequer os seus chifres inteiros e expostos, para terem uma oportunidade mínima de se defenderem).
O Pânico dos Touros nas Touradas
Ao entrar na arena, os touros vão já fortemente enfraquecidos e feridos (devido aos chifres serrados a sangue frio antes da tourada), além de apavorados. O pânico do touro é tão grande, que fugiria deste cenário aterrorizador, se tivesse essa possibilidade. Ao contrário do que os defensores das touradas alegam, é possível observar a expressão de medo e de confusão dos touros sempre que entram na arena, e que se agrava quando a tortura da tourada se acentua, à medida que as bandarilhas e os restantes ferros (que podem ter comprimentos variáveis entre os 8cm e os 30 cm, além de terem arpões na ponta, para se prenderem à carne e aos músculos dos animais, rasgando os seus tecidos e provocando-lhes um sofrimento atroz, além de febres imediatas, acrescidas de um enfraquecimento acentuado pela perda de litros de sangue).

Os ferros, "artisticamente" cravados no touro

Cavalos – As Outras Vítimas das Touradas
Se os touros adultos e os novilhos (bebés e jovens) são vítimas das touradas, também os cavalos são brutalizados neste espectáculo cruel. Na tourada à portuguesa, os cavaleiros tauromáquicos fazem o comum toureio a cavalo, expondo o cavalo às investidas que os pobres touros tentam, embora em vão, sempre para se tentarem defender. Os cavaleiros tauromáquicos, montando cavalos, cravam os ferros enormes no dorso dos touros, sem se exporem a qualquer perigo, enquanto os cavalos tentam esquivar-se, sofrendo com o pânico de se confrontarem com os touros, sendo comum ficarem feridos pelos chifres e pelas pancadas dos touros.
Além disso, ao usarem esporas e ao serem extremamente agressivos com os cavalos para os forçarem a dirigir-se aos touros, os cavaleiros rasgam as costelas dos cavalos, que ficam severamente feridos, sangrando consideravelmente.

Cavalos - outras vítimas da tourada

A Tourada em Detalhe
Todo o decorrer da chamada corrida de touros à portuguesa consiste na “lide” de seis touros, habitualmente. Cada um dos touros é toureado por um cavaleiro tauromáquico, que lhe crava entre quatro a oito ferros compridos com grandes e afiados arpões na ponta. Os touros podem alternativamente ser “lidados” por um toureiro a pé, embora isto seja menos comum nas touradas portuguesas, que crava repetidamente as aguçadas bandarilhas no dorso do touro. Seguidamente, é comum entrar em cena o bandarilheiro, que vem cansar ainda mais o touro já febril, brutalmente enfraquecido, confuso e assustado. Segundo os defensores da tourada, este espectáculo – que de nada mais se compõe a não ser da crueldade contra touros (e cavalos) – é uma arte, património da cultura portuguesa. Não será antes um acto de tortura?
Enquanto o touro é brutalizado na tourada, e enquanto o cavalo é também vítima desta brutalização, e enquanto o sangue de ambos os animais escorre e mancha a arena em que este acto deplorável acontece, não são apenas toureiros (cavaleiros tauromáquicos e bandarilheiros) que participam nesta festa de sacrifício de animais – existe um público presente que, por minoritário que seja na sociedade portuguesa, aprecia e aplaude a violência a que assiste, regozijando-se com o sofrimento bárbaro que ali é infligido aos animais.

Não se choque, é apenas uma montagem ! O touro não tem tanta sorte !

Os Forcados e a Pega
Depois do toureio, vem a “pega”. Os forcados, um grupo de oito indivíduos que vem “pegar” o touro, são habitualmente considerados os mais “bravos” de todos os intervenientes na tourada, onde nada mais do que cobardia e perversão se encontra. A “pega” consiste em enfrentar um touro que tem cerca de oito ferros cravados no dorso, que está gravemente febril e que já perdeu muitos litros de sangue, com a “bravura” de oito indivíduos que atacam um animal nestas condições, puxando-o, empurrando-o, pontapeando-o e esmurrando-o, puxando-lhe o rabo, por fim.
Na tourada, na altura da pega, o touro é já praticamente incapaz de se manter de pé equilibradamente, pelo que a bravura dos forcados e da pega é, na verdade, um aproveitamento indecente de um animal severamente ferido.

A Pega - coragem cobarde !

Associações Académicas, Instituições de Beneficência e Igreja Católica Promovem Touradas
O escândalo das touradas é maior do que o facto da própria existência de um espectáculo destes ser permitida pela lei de um país supostamente civilizado e apoiado por um público, ainda que residual e certamente perturbado. Algumas associações académicas, como a Associação Académica de Coimbra e a Federação Académica do Porto, apoiam e organizam garraiadas (touradas com “garraios”, ou seja, touros jovens ou ainda não totalmente desenvolvidos), como a Garraiada Académica de Coimbra e outras.
E, como se o envolvimento de associações de estudantes universitários neste genocídio não fosse já suficientemente grave, a própria Igreja Católica, nomeadamente através da Rádio Renascença, apoia e organiza touradas em Portugal. Diversas instituições particulares de solidariedade social, como a Liga Portuguesa Contra o Cancro, estão também envolvidas nesta vergonha. As Santas Casas da Misericórdia são proprietárias da maior parte das praças de touros portuguesas.
Depois da Tourada, O Sofrimento Nos Curros
Depois da tourada, com o toureio a cavalo, toureio a pé e pega, cada touro regressa aos curros,
horrivelmente ferido, com um sofrimento agonizante, onde, uma vez mais a sangue frio, lhe será cortada a carne e os tecidos musculares para lhe serem arrancados os ferros com os seus arpões, que lhe foram cravados durante a tourada. A dor é indescritível. Tanto nas touradas à portuguesa, sejam corridas de touros ou garraiadas, como nas largadas, touradas à corda, ou mesmo nas sortes de varas, tentas públicas e touradas de morte que, embora ilegais, acontecem em Portugal com a permissão das autoridades, os touros (e os cavalos) são as vítimas de um espectáculo com características extraordinariamente cruéis, envergonhando Portugal, por ser um país em que cerca de 3.000 touros e 100 cavalos por ano sofrem indefesos o mal que é a tourada.

O resultado final da "arte"...

A ANIMAL diz : Tourada, Não! Abolição!
A ANIMAL opõe-se radicalmente a todas as touradas e demais actividades tauromáquicas, tendo vindo a desenvolver uma luta já histórica pela abolição do mal terrível que são as touradas em Portugal. Junte-se à ANIMAL e ajude-nos a combater as touradas e todas as actividades tauromáquicas.
Fonte: http://www.animal.org.pt/

3 comentários:

Cozinheiro Sueco disse...

É de facto triste ver o clube associado a uma actividade bárbara e sem sentido como a tourada. Em pleno séc XXI, existir gente que vibra com esta merda... ainda por cima gente que apregoa valores de ética e moral aos quatro ventos; que se diz instruída e de nível...

Anónimo disse...

Ó Mário,

Penso que é uma perda de tempo e espaço útil no seu excelente blogue as linhas dedicadas à tourada!! Quem é contra é contra quem é a favor é a favor! O SCP tem 101 anos e deve estar ao lado das tradições e a tourada é um espéctáculo essencialmente tradicional!
Estou 200% contra esta gente que tomou o Sporting de assalto há 12 anos, mas não é por aí...

Continue o excelente trabalho divulgando e exaltando o Atletismo Leonino (enquanto ele existe!)porque ainda somos o maior clube do mundo em Atletismo!

Grande Naide!! Parabéns!

VIVA O SPORTING

leão de alcácer disse...

Caro Mário;

Parabéns por ter colocado o dedo na ferida!

O transporte das touradas para o interior de uma nobre instituição como o Sporting Clube de Portugal é, só, uma das decisões mais vergonhosas da história do Clube.

O que é que um clube desportivo tem a ver com este triste "espectáculo" de sangue e dor? Será isto o "ser diferente" que alguns tanto gostam de apregoar?

Não tenho dúvidas que, à conta desta autêntica VERGONHA que se tem vindo a passar no nosso Clube desde 2006, muitos são os que se recusam a fazerem-se sócios.

O Sporting deve cultivar os valores humanistas e servir de exemplo à sociedade, e não promover iniciativas que vão em sentido completamente contrário.

Mais uma vez, parabéns pelo post!

Saudações Leoninas.